domingo, 24 de agosto de 2014

Deus e a astronomia


Este artigo é um pouco diferente daquilo que tem sido o habitual neste blog. Os artigos que têm sido escritos abordam os mais variados temas dentro da astronomia, tais como estrelas, planetas, cometas, entre muitos outros.
Porém, este artigo pretende servir de reflexão quanto à relação entre ciência e a fé. Este é um assunto muitas vezes debatido, e como tal merece uma reflexão séria e honesta. Dada a sua importância e o interesse que tem gerado, trago este assunto aos leitores deste blog . Muitas pessoas têm afirmado que existe necessariamente uma contradição entre ciência e fé, mas uma análise mais aprofundada permite demonstrar que não é assim. Fé e ciência são compatíveis, e é disso que vamos falar neste artigo.
A ciência é a melhor forma de explicar o nosso mundo físico, desde a menor das partículas subatómicas até aos gigantescos grupos de galáxias que existem no Universo. Este site trata disso mesmo, das fascinantes descobertas que a astronomia tem nos proporcionado, permitindo que tenhamos um conhecimento cabal sobre o Universo que nos rodeia. A ciência então lida com a realidade física, este é o seu campo de estudo.
Por outro lado, Deus é concebido como um ser imaterial, aquele que deu origem ao Universo. Entendendo o Universo como o conjunto de toda a realidade física, Deus como Criador dessa realidade física, não pode ser portanto um ser físico. Aqui estamos a entrar no campo da teologia, que é o estudo sobre Deus.
Posto isto, podemos verificar que quanto à existência de Deus, a ciência não tem a última palavra. Se a ciência lida com a realidade física, e Deus não é um ser físico, então Deus não está no campo de estudo da ciência.
Porém, em relação a Deus, não se trata apenas de acreditar sem evidências. Muitas são as evidências dedutivas que apoiam a ideia de Deus existir, evidências essas que de fato são bastante válidas. A título de exemplo, podemos referir o argumento cosmológico, o argumento teleológico, o argumento moral, entre muitos outros bons argumentos. Não nos vamos aqui debruçar nestes argumentos, pois o objetivo a que me proponho agora é mais modesto: demonstrar que não existe qualquer incompatibilidade entre a ciência e a fé.
Obviamente que, quando se é admitida a validade da fé, não significa que seja fé em qualquer coisa. Tal como na ciência, em que se busca pela verdade objetiva sobre o funcionamento do Universo, as questões teológicas requerem respostas objetivas, que não dependem da opinião de cada um.
Com alguma frequência, encontramos na internet sites sobre ciência que defendem uma visão ateísta do mundo, querendo passar a ideia que a ciência apoia o ateísmo. Apresentam a falsa ideia que apenas podemos encontrar a verdade ou na ciência ou em Deus, mas não em ambos. Depois apresentam casos de charlatanismo; ou de situações em que se acreditava existir intervenção sobrenatural, quando na realidade a explicação era bem mais simples e deste mundo. Apresentam esses casos e acabam por generalizar para todos os casos onde existe fé. Este tipo de raciocínio é tão errado, como seria errado negar a validade de toda a ciência devido à existência de algumas teorias científicas erradas, e de casos de charlatanismo feitos em nome da ciência. Assim como existe fé em coisas erradas, existe também confiança em teorias científicas que mais tarde descobrimos estarem erradas. Mas nada disso impede a existência de fé verdadeira e de ciência verdadeira.
Portanto, afirmar que a ciência suporta o ateísmo, é uma visão muito pouco esclarecida da realidade.
Por outro lado, muitos astrónomos passaram a admitir a existência de Deus ao observarem a complexidade do Universo, e ao descobrirem que as leis e as constantes físicas estão calibradas de tal forma que uma minúscula alteração nestas constantes físicas, inviabilizaria a existência de vida no Universo. Isso os faz suspeitar da existência de um Criador. Aqui estamos a falar muito resumidamente no argumento teleológico atrás mencionado, que é apenas um entre muitos argumentos.
Para além disso são muitos os nomes ligados à astronomia que são cientistas brilhantes, e que ao mesmo tempo acreditam em Deus. A título de exemplo podemos mencionar nomes sonantes na História da astronomia que acreditavam em Deus: Galileu Galilei, Kepler, Isaac Newton, entre muitos outros.
Na realidade a ciência responde à questão: “como?”. A existência de Deus responde à questão: “porquê?”. Estes dois campos são perfeitamente compatíveis.
“Os céus proclamam a glória de Deus e o firmamento anuncia a obra das suas mãos.” Sal 19:1

 “Porque as suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder, como sua divindade, se entendem, e claramente se veêm pelas coisas que estão criadas…” Rom 1:20

- Victor Caetano

Sirius – A estrela mais brilhante

estrela Sirius tem uma magnitude aparente de -1,46 e está a uma distância de cerca de 8,6 anos-luz, fazendo desta estrela uma das mais próximas de nós. Essa proximidade contribui e muito para que surja no céu noturno como a mais brilhante. Apesar de ser a estrela mais brilhante do nosso céu (para além do Sol), não é o corpo celeste mais brilhante que podemos ver. Pois alguns planetas, quando possuem a sua magnitude aparente máxima, são mais brilhantes que Sirius, já para não falar no Sol e na Lua.
Intrinsecamente esta é uma estrela com um brilho cerca de 20 vezes superior ao brilho do Sol. Existem muitas outras estrelas intrinsecamente bem mais brilhantes, mas como estão muito mais longe parecem menos brilhantes vistas da Terra. Veja o caso da estrela Rigel, que já analisamos neste site. Rigel é intrinsecamente dezenas de milhares de vezes mais brilhante que o Sol, mas está a cerca de 800 anos-luz. Apesar de Rigel ser então na realidade muito mais brilhante que Sirius, Sirius está muito mais perto de nós, fazendo com que surja no céu bem mais brilhante que Rigel (Rigel tem uma magnitude aparente de 0,1). Sirius é na realidade um sistema binário, ou seja, é constituído por duas estrelas: Sirius A é a estrela principal, aquela que vemos à vista desarmada; Sirius B é uma estrela anã branca, muito menos brilhante que Sirius A, sendo possível observar apenas com recurso a um bom telescópio.
Estrela Sirius (ou Sírio), a estrela mais brilhante que pode ser observada no céu (em magnitude aparente), não levando em conta o nosso Sol. Pertence à constelação do Cão Maior (Canis Majoris) que pode ser observada em ambos os hemisférios. Vamos saber um pouco mais sobre esta interessante estrela e conhecer algumas de suas características.



-João Lucas


Estrela Regulus – Constelação de Leão

Regulus (ou Régulo) é a estrela alfa da constelação de Leão, sendo também a mais brilhante de sua constelação com uma magnitude aparente de +1,36. Na realidade trata-se de um sistema de quatro estrelas e situa-se a uma distância aproximada de 77 anos-luz de nós.
A estrela principal deste sistema múltiplo de estrelas é Regulus A. Trata-se de uma estrela branco-azulada com uma massa aproximada de 3,5 massas solares. Esta estrela completa uma rotação sobre si própria em menos de 16 horas, ou seja, sua rotação é muito mais rápida que a do nosso Sol. Regulus A tem como companheira uma estrela com pelo menos 0,3 massas solares, tratando-se provavelmente de uma estrela anã branca. Estas duas estrelas levam cerca de 40 dias a completar uma orbita em volta do centro de massa. A cerca de 4.200 UA de distância de Regulus A, situa-se um outro par de estrelas, Regulus B e Regulus C. Qualquer uma destas estrelas é menor que o nosso Sol, sendo ambas estrelas anãs. Vista a partir da Terra, Regulus encontra-se quase sobre a eclíptica.

-João Lucas

sábado, 23 de agosto de 2014

Estrelas

Ao descobrir cada parte do nosso mundo, fixamos nosso olhar nas estrelas. Mas foi apenas há cinqüenta anos que a tecnologia contribuiu para transformar este sonho em realidade. 

As estrelas são enormes corpos celestes - entidades gasosas com uma variedade de massas, tamanhos e temperaturas.
Estima-se que existam 100 bilhões de estrelas no Universo! Há milhares de anos, o homem tem identificado e colocado nomes em constelações estelares.
O Sol é o astro mais próximo da Terra, o único visível durante o dia e parece um grande e redondo disco no céu. As outras estrelas estão tão longe de nós que só cintilam no céu à noite.
Esse brilho é causado pela distância que estão de nós e pelo efeito da atmosfera no nosso planeta.

- Victor Bruno B.

A via láctea

Via Láctea é uma galáxia espiral da qual o Sistema Solar faz parte. Vista daTerra, aparece como uma faixa brilhante e difusa que circunda toda a esfera celeste, recortada por nuvens moleculares que lhe conferem um intrincado aspecto irregular e recortado. Sua visibilidade é severamente comprometida pela poluição luminosa. Com poucas exceções, todos os objetos visíveis a olho nu pertencem a essa galáxia.

Sua idade estimada é de mais de treze bilhões de anos, período no qual passou por várias fases evolutivas até atingir sua forma atual. Formada por centenas de bilhões de estrelas, a galáxia possui estruturas diferenciadas entre si. No bojo central, que possui forma alongada, há uma grande concentração de estrelas, sendo que o exato centro da galáxia abriga umburaco negro supermassivo. Ao seu redor estende-se o disco galáctico, formado por estrelas dos mais diversos tiposnebulosas e poeira interestelar, dentre outros. É nesta proeminente parte da Via Láctea que se manifestam os braços espirais. Ao seu redor encontram-se centenas deaglomerados globulares. Entretanto, a dinâmica de rotação da galáxia revela que sua massa é muito maior do que a de toda a matéria observável, sendo este componente adicional denominadomatéria escura, cuja natureza se desconhece.

Há tempos a humanidade buscou descrever a natureza da galáxia, sendo esta referida em inúmeras lendas e mitos entre vários povos. Embora tenha sido proposto anteriormente, constatou-se que a faixa brilhante de aspecto leitoso (a partir do qual seu nome derivou-se) se tratava na verdade de um grande conjunto de estrelas a partir das observações de Galileu Galileiutilizando um telescópio. Entretanto, nos últimos dois séculos, a concepção científica da Via Láctea passou de uma simples nuvem de estrelas na qual o Solsituava-se próximo ao centro para uma grande galáxia espiral complexa e dinâmica, da qual nossa estrela é somente uma das bilhões existentes, o que aconteceu graças aos avanços tecnológicos de observação, que permitiram sondar estruturas além das nuvens moleculares.

O Sistema Solar localiza-se a meia distância entre o centro e a borda do disco, na região do Braço de Órion, que na verdade trata-se somente de uma estrutura menor entre dois braços principais. Ao redor da galáxia orbitam suas galáxias satélites, das quais destacam-se as Nuvens de Magalhães. O Grupo Local é o aglomerado de galáxias esparso da qual a Via Láctea faz parte, sendo um de seus maiores componentes.

Paloma Peixoto 


Os tesouros alienígenas entenados na lua

Se a exploração da Lua tivesse acontecido da forma que o escritor de ficção científica Arthur Clarkeimaginou nos anos 1960, hoje haveriam bases permanentes por lá, da onde poderiam sair expedições rotineiras de astronautas prontos para escavar o solo lunar. Estudos recentes sugerem que esses exploradores poderiam desenterrar coisas incríveis, de rochas contendo informações sobre a nossa jornada ao redor da Via Láctea, até possíveis artefatos alienígenas.

Em um artigo na revista Acta Astronautica, uma dupla de físicos, Paul Davies e Robert Wagner, da Universidade Estadual do Arizona, EUA, sugerem a busca de vida inteligente extraterrestre pelo escrutínio de imagens em alta resolução da Lua obtidas por sondas como a LRO, da Nasa. Em uma das um milhão de fotos que a LRO terá tirado quanto completar seu mapeamento da superfície do satélite, seria possível em tese encontrar sinais de visitas alienígenas como pilhas de lixo, evidências de mineração, mensagens e artefatos abandonados.

Embora a dupla concorde que as chances dessa busca dar certo sejam ridiculamente pequenas, o baixíssimo custo da operação, que poderia ser feita por voluntários online usando softwares especiais, justificaria a empreitada.

Diferente da superfície da Terra, em constante mutação, a Lua está há bilhões de anos geologicamente morta, de modo que sua superfície permanece praticamente a mesma através dos séculos. 

Possibilidades exóticas a parte, outros tesouros mais pé-no-chão mas tão fascinantes quanto se escondem enterrados na Lua. Stephen Battersby escreve na New Scientist de 3 de dezembro sobre a praticamente desconhecida história da jornada do Sol ao redor do centro da nossa galáxia, a Via Láctea. Durante os seus 5 bilhões de anos de vida, o Sol, bem como todo o sistema solar, deram várias voltas galácticas – uma a cada 200 milhões de anos. Nessa viagem já cruzamos regiões com muito mais estrelas, atravessamos nebulosas escuras, além de passarmos perigosamente perto de explosões de supernovas. Esses ambientes interestelares hostis podem ter influenciado a história da vida na Terra.

Registros dessa viagem devem estar preservados no solo e nas rochas da Lua. Os raios cósmicos expelidos por supernovas, por exemplo, teriam deixado rasgos em minerais que seriam visíveis ao microscópio. Seu impacto teria criado isótopos exóticos como o criptônio-83 e o xenônio-126. Essas rochas, formadas em uma época em que a Lua ainda era quente e sofria erupções vulcânicas, teriam sido preservadas embaixo de camadas depositadas posteriormente.

Já a passagem do Sol pelo interior de nebulosas estaria gravado pela presença de grãos de poeira dessas nuvens misturados ao solo lunar. Esses grãos poderiam ser identificados por seus altos níveis de isótopos como o urânio-235. Essas amostras de solo estariam preservadas também por camadas de lava resfriada.

Um dos pesquisadores autores da ideia, Ian Crawford, da Universidade de Londres, sugere que futuras sondas lunares poderiam buscar por essas rochas em camadas antigas expostas nos flancos de crateras.

Paloma Peixoto 


Asteróide Hígia

asteróide Hígia possui um diâmetro de aproximadamente 530 x 407 x 370 km. Na Cintura de Asteróides, apenas o planeta anão Ceres e os asteróides Pallas e Vesta são maiores que Hígia. Estes 4 objetos celestes juntos (Ceres, Pallas, Vesta e Hígia) formam aproximadamente metade da massa total da Cintura de Asteróides. O asteróide Hígia foi descoberto no dia 12 de Abril de 1849 pelo astrónomo italiano Annibale de Gasparis. Este astrónomo descobriu vários asteróides ao longo de cerca de 16 anos. Hígia é um asteróide composto por material carbonáceo, com uma superfície escura, sendo este o principal elemento da família de asteróides Hígia.
A distância de Hígia em relação ao Sol varia de aproximadamente 2,77 UA (no periélio) a 3,50 UA (no afélio). O asteróide Hígia demora cerca de 5,56 anos terrestres a completar uma volta ao redor do Sol e leva cerca de 27,62 horas a completar uma volta sobre si próprio (rotação).
O asteróide Hígia (conhecido também por 10 Hígia)  é o quarto maior objeto pertencente à Cintura de Asteróides, a região do Sistema Solar que se situa entre a órbita do planeta Marte e a órbita do planeta Júpiter. Na Cintura de Asteróides existem inúmeros asteróides, sendo Hígia um dos maiores.

-João Lucas